“A mudança está em nossas mãos – qual mudança queremos?” Com essa pergunta como norteadora, os municípios integrantes do projeto Parceria Votorantim pela Educação – PVE promoveram ações participativas, durante os ciclos 3 e 4, com o objetivo de disseminar o conceito de cidade como território educativo. Os eventos realizados foram uma devolutiva da Consulta Pública que mapeou moradores da comunidade dispostos a contribuir e compartilhar seus conhecimentos com a cidade que também educa.
No município de Anita Garibaldi (SC), como parte das ações do ciclo 3, os alunos da EEF. José Borges da Silva pintaram latões de coleta seletiva que foram espalhados pela cidade. “Nós fizemos uma campanha dentro e fora da escola. Durante a instalação das lixeiras, os alunos visitaram as casas distribuindo panfletos e imãs de geladeira com os horários da coleta. Eles divulgaram a ação e buscaram sensibilizar a comunidade”, relata a mobilizadora do município, Cleonice Godoy.
Além da prefeitura, empresas e organizações do terceiro setor que atuam na cidade promoveram atividades como oficina de culinária, de confecção e incentivo a atividades esportivas. “Com um dos parceiros pessoas da comunidade e voluntários participaram de oficinas fizeram oficinas de brinquedo de material reciclável durante alguns meses. A ideia era fazer uma doação no dia das crianças, ao invés de comprar brinquedos novos. Como eles não conseguiram uma quantidade suficiente, a produção continua com a ideia de presentear as crianças no Natal”, explica Cleonice.
Em Aracruz (ES), no bairro Santa Rosa, o evento de integração entre escola e comunidade teve a alimentação saudável como foco principal. Durante os dias 23, 24 e 25 de outubro, voluntários ofereceram diferentes atividades que trataram de temas relacionados ao plantio sustentável e à culinária. Segundo a mobilizadora do município, Lícia Cantarela, essa foi a principal ação, pela própria participação da comunidade, mas outras iniciativas também foram realizadas em diferentes regiões com a Biblioteca Itinerante Ambiental – BIA.
Lícia explica que a BIA faz parte do Programa de Educação Ambiental da Fibria. “Isso tem tudo a ver com o que estamos trabalhando na formação, planejamos juntos”. A biblioteca passou por diferentes escolas e contou com a colaboração de voluntários. “Na pesquisa nós mapeamos algumas pessoas interessadas em dar oficinas de leitura, com talento para a contação de histórias. Diante disso, criamos uma lista de contatos e entregamos nas escolas onde a BIA iria passar para que os diretores pudessem mobilizar essas pessoas a utilizarem o acervo”, conta.
Todas as atividades procuraram articular e integrar os trabalhos dos parceiros com o envolvimento da família na escola. “Esperamos que a secretaria de educação possa utilizar essa pesquisa, são dados de pessoas que podem contribuir com o município. É uma semente que foi plantada e pode germinar porque um chama o outro, o trabalho voluntário gera uma satisfação pessoal grande e isso vai gerando um ciclo virtuoso”, destaca Lícia.
Já na cidade de Capão Bonito (SP), aconteceu, no dia 24 de outubro, o 2º Leitura na Praça. A primeira edição do evento aconteceu em 2013, também com as ações do PVE. “Neste ano, nós tivemos algumas novidades na programação e trabalhamos com o tema A cidade também educa. A educação em todos os lugares. Dessa forma, buscamos valorizar o conhecimento e a cultura regional”, conta a mobilizadora do município, Ludmila Costa.
Segundo Ludmila, o evento teve atividades voltadas ao campo cultura, saúde e meio ambiente e contou com a participação de escritores locais. “Tivemos a barraquinha de feira do seu Osmar, um senhor bem conhecido na cidade pelo seu trabalho com alimentos e medicina alternativa. Levamos também um médico da cidade que tem vários livros publicados. Ele mostra o poder dos alimentos por meio da alimentação viva e, junto com o seu Osmar, mostrou a importância da alimentação saudável”, disse.
Ludmila acredita que pelo fato de o evento ter sido realizado na praça, “os moradores puderam ver que a cidade tem muita coisa interessante”. “O público que passava por lá era unânime ao dizer que é preciso fazer mais ações como essa. A nossa intenção é fazer um evento anual e a Secretaria de Educação está engajada nisso. Para uma cidade que não tem grandes espaços culturais, como teatros e lugares para exposições, a valorização da cultura local tem um papel muito importante. Mostramos que os espaços da cidade tem muito conhecimento a oferecer”.
Por Pamella Indaiá / Blog Educação
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