quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Escolas e entidades religiosas incentivam a participação da família na educação em Anápolis (GO)

Mobilizadora Elisabete Pereira conduziu a palestra sobre
interação família-escola no CE Leiny Lopes
A Mobilização Social pela Educação foi tema de palestra conduzida pela mobilizadora e missionária capelã Elisabete Pereira, em parceria com a Igreja Adventista do Sétimo Dia, no Colégio Estadual Leiny Lopes de Sousa, em Anápolis (GO). A atividade integrou a programação do projeto Conversa de Gente Grande, desenvolvido pela Capelania Brasileira, e foi realizada durante Mutirão de Natal promovido pela Igreja Adventista, no dia 20 de dezembro de 2015.

A ação contou com a participação de cerca de 50 famílias da comunidade local, além de funcionários e professores da unidade de ensino, alunos e fiéis da igreja. Durante a palestra, foram apresentadas as orientações da cartilha Acompanhem a vida escolar dos seus filhos e distribuídos exemplares da publicação. Elisabete enfatizou, ainda, a importância dos pais garantirem a frequência escolar dos estudantes e de verificarem seus materiais escolares.

Foram distribuídos exemplares da Cartilha Acompanhem a
vida escolar dos seus filhos
 aos participantes
Segundo a mobilizadora, a atividade foi bem-sucedida. “Os pais se encantaram com as atividades propostas pela equipe palestrante. Além da divulgação da Cartilha, foram apresentadas palestras sobre saúde e educação dos filhos”, destacou a mobilizadora. “Ficamos muito felizes com esse evento. Tudo pareceu uma grande festa. Os pais saíram agradecidos e renovaram seu compromisso diante da escola, mediante as propostas eficazes da Cartilha”, comemorou.

Colégio Estadual Antensina Santana

Atividade semelhante foi desenvolvida no Colégio Estadual Antensina Santana, em 27 de outubro do ano anterior. “Por ocasião da retirada dos boletins, os pais foram convidados a participarem da palestra que tem o propósito de divulgar a Cartilha do PMSE e reunir ações que viabilizem a atuação da família na melhoria da Educação”, relatou a missionária Elisabete.

Participação das famílias superou a expectativa dos gestores
do CE Antensina Santana
Estiveram presentes na palestra pais, mães e responsáveis, bem como a equipe gestora da escola, que organizou a ação. Além da mensagem da cartilha, foram abordados temas como negligência dos pais e prevenção e combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes.

Elisabete ressaltou a presença dos familiares e a continuidade das ações no Colégio. “O público participante superou as expectativas da coordenação da escola, o que foi surpreendente. Esta é a quarta apresentação da Mobilização nessa Escola. Os alunos são transferidos, outros novos surgem à medida em que o ano letivo passa, mas os pais remanescentes compareceram e mais uma vez parabenizaram a equipe organizadora. Certamente, isso proporciona a continuidade e a perseverança da difusão do PMSE”, refletiu.

Com informações de Elisabete Rosa Pereira, mobilizadora social pela Educação em Anápolis (GO) e região.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Com a participação da comunidade, aprendizagem em escola do sertão cearense supera a média da Suíça

Em Pedra Branca (CE), com pouco mais da metade dos 40 mil habitantes alfabetizados, uma escola se destaca como uma das melhores do país. 

"Se você chegar à nossa escola não vai ver nada de anormal. Salas e laboratórios são pequenos, a merenda é simples e não há grandes eventos. Mas a educação daqui marca a vida de quem passa", diz Amaral Barbosa, diretor da Escola de Ensino Fundamental (EEF) Miguel Antônio de Lemos, em Pedra Branca (CE), a 260 km de Fortaleza.

A "escola de Amaral", como é conhecida, não aparece no GPS. Fica em um sítio a 18 km da cidade, no meio do sertão. Porcos, jumentos e bois rodeiam a escola, e a agricultura local é de subsistência, com vários alunos ajudando os pais - na maioria, não alfabetizados - na lavoura.

Desmistificando a ideia de que o mau desempenho do ensino está ligado à baixa educação dos pais ou ao nível socioeconômico local, a escola tem um dos melhores desempenhos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do Brasil, com nota 8,9 para o 9º ano. A média nacional é 4,2. A média das escolas particulares brasileiras é 5,9.

A escola é uma família

Amaral atribui os resultados à estreita relação entre a escola e a comunidade. Ele próprio carrega a escola no DNA: é bisneto do seu Miguel, que nomeia a escola - outros 15 professores também são descendentes do seu Miguel. A eles juntou-se um time de voluntários da comunidade, que une esforços para tornar a escola mais agradável. Cada um ajuda como pode: o motorista do pau de arara (transporte escolar da maioria dos alunos) dá aulas de baixo, um dos pais ensina sanfona e o professor de história e geografia empresta a bateria para os alunos aprenderem. 

Nos finais de semana, a quadra esportiva vira salão de festas para batizados e casamentos e recebe em troca pequenos serviços, como um reparo feito por algum pai que seja pedreiro, ou um desconto nas roupas de formatura dado por uma mãe costureira. Tudo isso ajuda a fechar as contas da escola, que se mantém com apenas R$ 4 mil anuais de orçamento para compra de materiais didáticos e de limpeza.

Para a coordenadora pedagógica Bruna Barbosa de Lima, além do apoio material, a proximidade com a comunidade envolve os alunos e os faz respeitar os mestres. "A escola é tratada como algo muito importante. E isso se reflete no índice zero de evasão. Todos entendem a importância de estar aqui". 

Os pais são tão participativos que decidem com coordenadores e professores o currículo pedagógico a cada ano. "Vários não sabem escrever o nome, mas sabem o que é IDEB, compreendem a importância das avaliações e das etapas de ensino", explica Amaral.

Maria Neci Lira Lemos, mãe de 6 filhos, é agricultora e cursou até a 4a série. Hoje trabalha com a produção de mamona para biodiesel, e mesmo morando longe da escola, faz questão de acompanhar o desenvolvimento dos filhos. "Como é que posso mostrar para meus filhos a importância da escola se eu também não estiver presente dentro dela?", questiona.

Para os alunos que não tem a sorte de contar com a participação dos pais, a escola promove o programa Adote um Aluno, em que cada professor anonimamente se responsabiliza por acompanhar o desenvolvimento de uma criança cuja família não seja presente. "A escola não pode passar a vida reclamando a falta da família dos alunos, mas pode criar mecanismos para minimizar as consequências dessa falta. O importante é que o aluno sinta-se acompanhado e fazemos isso inclusive nas nossas horas vagas", explica o diretor Amaral.

Pelo desempenho, a escola recebeu por sete vezes o prêmio estadual Escola Nota 10, que gratifica com R$ 2 mil por aluno os melhores colégios do Ceará. No entanto, só recebe em mãos 75% do valor. O restante só vem quando a escola ajuda uma outra da região a melhorar seus índices. "Todos têm que crescer juntos, em rede. Se eu ajudo uma escola que alfabetiza, melhoro também a qualidade do aluno que chega à minha, e assim toda a educação se eleva", sustenta Amaral.



Saiba mais e veja mais imagens da escola no site da Revista Super Interessante.

Fonte: Revista Super Interessante