Entre as barreiras que têm contribuído para o insucesso das estratégias utilizadas para motivar os pais e responsáveis a participar da vida escolar das crtianças e jovens, são mencionadas freqüentemente:
- A estrutura familiar e práticas que não acolhem a diversidade de estruturas familiares existentes: a família considerada « normal » era aquela onde estavam presentes o pai e a mãe, com papéis e responsabilidades definidos. As famílias que fugiam a esse padrão eram chamadas de « desestruturadas ». A família sofreu mudanças muito significativas nas últimas décadas e hoje já não se pode chamar de desestruturada uma família onde apenas um dos pais está presente ou onde o adulto significativo e presente para a criança é uma avó, um irmão mais velho, um tio, ou mesmo um outro cônjuge, uma nova relação conjugal de um dos pais. Focar a chamada à participação dos pais pode ser ineficaz e é preciso identificar qual ou quais são os adultos significativos para os estudantes para que esses sejam os interlocutores legítimos da escola.
2- A agenda das famílias: muitas famílias estão focadas (e sufocadas) com a busca da sobrevivência e os adultos se desdobram em múltiplos empregos, em estudar fora do horário de trabalho para enfrentar um mercado de trabalho competitivo. Além disso, enfrentam deslocamentos demorados e difíceis entre a casa e o trabalho.
3- Experiências anteriores como estudantes: os pais que tiveram experiência escolar gratificante como alunos tendem a ter maior empatia com o novo ambiente escolar. Mas muitos sequer tiveram essa experiência ou a vivenciaram como tempos difíceis, tiveram insucessos e sua auto-estima foi comprometida por práticas, comuns à época, de reprovações, castigos que ridicularizavam e até humilhavam. É preciso que eles superem essa dificuldade e vejam a escola como espaço de acolhimento para ele e para os filhos.
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