O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2013 mostra
que o país ultrapassou as metas previstas para os anos iniciais
(primeiro ao quinto ano) do ensino fundamental em 0,3 ponto. O Ideb
nacional nessa etapa ficou em 5,2, enquanto em 2011 havia sido de 5,0.
Os dados foram apresentados nesta sexta-feira, 5, pelo ministro da
Educação, Henrique Paim, e pelo presidente do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Chico Soares,
em entrevista coletiva que contou com a participação da presidente do
Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Maria Nilene
Badeca da Costa, e da presidente da União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho.
Os anos iniciais do ensino fundamental são oferecidos
prioritariamente pelas redes municipais, que respondem por 81,6% das
matrículas da rede pública nessa etapa. O total de estudantes nos
primeiros anos do fundamental é de 15.764.926, sendo 13.188.037 de
escolas públicas. As metas da rede municipal de ensino foram alcançadas
por 69,7% dos municípios brasileiros.
A rede estadual, que atende 18% das matrículas públicas nessa fase,
também superou as metas. Em 75,7% dos municípios, as escolas estaduais
ultrapassaram a nota 5,0 prevista para 2013. Ao todo, nessa etapa, 5.293
municípios tiveram Ideb calculado para a rede pública. Na rede federal,
o Ideb nos anos iniciais aumentou de 6,8 em 2011 para 7,0 em 2013.
O ministro da Educação destacou que os resultados obtidos nos anos
iniciais são importantes, pois demonstram o esforço que tem sido
empreendido pela melhora da qualidade do ensino. “A expectativa era de
que a partir da evolução nos anos iniciais, a onda de melhoria chegasse
aos anos finais e ao ensino médio, porém o impacto foi reduzido”,
observou. Conforme Paim, a evolução esbarra em questões estruturais,
pois a gestão do ensino médio é mais complexa, envolvendo, em geral,
escolas maiores, com mais professores e mais disciplinas.
Além disso, foram criadas recentemente no ensino médio as condições
básicas, como oferta de transporte e merenda escolar, de livros
didáticos e aumento dos investimentos nas escolas. “Precisamos avançar
na questão da formação de professores e na questão do currículo, com a
construção de uma base nacional comum”, afirmou o ministro.
Estas questões integram as metas do Plano Nacional de Educação (PNE),
que serão trabalhadas em conjunto com as gestões estaduais e municipais
pra melhoria dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio. O
ministro lembrou ainda que está sendo ampliada a integração do ensino
médio com a educação profissional, por meio do Pronatec.
Progressão – Em 2005, quando o Ideb foi calculado
pela primeira vez, 57,5% (7,1 milhões) das crianças nos anos iniciais do
ensino fundamental estavam matriculadas em escolas municipais de redes
de ensino com avaliação abaixo de 3,7 — média nacional de então. Com a
evolução do indicador nos últimos anos, o percentual caiu para 16,2%
(1,7 milhão) em 2013.
Com relação aos índices de avaliação mais elevados, ainda nos anos
iniciais, o registro em 2005 era de 2,9% das crianças (cerca de 357 mil
matrículas) matriculadas em escolas municipais com Ideb acima da nota
5,0. Em 2013, o percentual saltou para 45% – 4,8 milhões de estudantes –
na mesma situação.
Anos finais – Nos anos finais (sexto ao nono ano) do
ensino fundamental, o Ideb nacional cresceu de 4,1 em 2011 para 4,2 em
2013. Do total de 5.369 municípios com índice da rede pública calculado
nessa etapa, 39,6% atingiram as metas previstas para 2013 na rede
pública, que atende a 86,5% dos matriculados nessa etapa (um total de
13.304.355 estudantes). Na rede federal, o Ideb se manteve em 6,3.
Em 2005, somente 2,4% dos estudantes da rede pública (329 mil alunos)
concentravam-se em faixas de Ideb acima de 4,5. Em 2013, este total
aumentou para 22,2%, abrangendo 2,5 milhões de estudantes. Redes com
Ideb inferior a 3,4 atendiam a 7,5 milhões de estudantes (56,2%) em
2005. Agora, englobam 26,1% dos alunos (2,9 milhões de matrículas).
Os dados mostram que a dificuldade para atingir as metas acontece
também na rede privada, que alcançou nota 5,9. A meta prevista era de
6,5.
Médio – O Ideb do ensino médio se manteve em 3,7. A
rede estadual – responsável por 97% das matrículas da rede pública –
registrou o mesmo índice de 2011 (3,4), assim como a rede federal (5,6).
A rede privada apresentou queda, passando de 5,7 para 5,4.
O Ideb é obtido pelas notas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e pela taxa média de aprovação percentual.
Veja a apresentação com os dados sobre o Ideb
Fonte: Portal do MEC, com informações do Inep
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