Imagem: Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial |
Comemorado em 20 de novembro, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra faz referência à morte do líder Zumbi dos Palmares, símbolo da luta pela liberdade e valorização do povo afro-brasileiro, e inspira a cada ano um número maior de atividades em torno de reflexões sobre questões raciais no país.
Em alusão à data, durante todo o mês de novembro, são realizadas atividades com o objetivo de ampliar as discussões sobre os temas raciais, visando a expansão dos direitos conquistados pela comunidade afro-brasileira nos últimos anos.
Zumbi dos Palmares
Em alusão à data, durante todo o mês de novembro, são realizadas atividades com o objetivo de ampliar as discussões sobre os temas raciais, visando a expansão dos direitos conquistados pela comunidade afro-brasileira nos últimos anos.
Zumbi dos Palmares
Zumbi nasceu em 1655, em Palmares, atual estado do Alagoas. Descendente de guerreiros Imbangalas, de Angola, foi aprisionado por uma expedição portuguesa e entregue aos cuidados do Padre Antônio Melo, que o batizou de Francisco. Com o religioso, aprendeu a escrever em português e latim.
Aos 15 anos, fugiu em busca de suas origens e voltou para o Quilombo dos Palmares, uma comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. Tornou-se líder da comunidade aos 25 anos, se destacando pela habilidade em planejamento, organização e estratégias militares. Sob seu comando, Palmares obteve diversas vitórias contra os soldados portugueses.
No ano de 1694, o quilombo foi atacado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho. Após o combate, a sede da comunidade ficou totalmente destruída. Zumbi conseguiu escapar, mas seu esconderijo foi denunciado por um antigo companheiro.
Em 20 de novembro de 1695, o líder negro foi capturado e morto, aos 40 anos de idade.
Leia mais sobre o Dia da Consciência Negra no portal da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Reflexões sobre a data
Sou de uma geração de crianças negras que cresceu ouvindo dizer que Zumbi era um fantasma sem beira nem eira, doido perambulando pelas encruzilhadas assombrando como alma penada. O nome de Zumbi sempre foi identificado, associado como negro à imagem do diabo, do pecado. Ao contrário da representação imagética ''dócil'' de Negrinho do Pastoreio ou mágico do mito mutilado (sem uma perna) Saci Pererê.
O Aurelião já registra o Zumbi, chefe do Quilombo dos Palmares, assim como acrescenta ao verbete a idéia ''de fantasma segundo a crença afrobrasileira, vaga pela noite morta''. O significado negativo se institucionalizou não apenas graças aos dicionários, mas, principalmente, aos instrumentos educativos e meios de comunicação.
O militante do Movimento Negro que tiver a oportunidade de conhecer a Praça São Pedro, em Recife, e imaginar a cabeça espetada em exibição pública como ícone de advertência à punição poderá refletir com orgulho sobre o processo de construção de Zumbi dos Palmares, como um herói nacional que segue crescendo também em nível internacional. No ano passado, o festejamos na Alemanha; em anos anteriores, em Nova York, Bogotá, lugares para onde ele é conduzido pela imigração afro-brasileira, apropriado pela diáspora africana e incorporado à tradição pan-africanista ou por acadêmicos da área de estudos sobre a escravidão e resistência nas Américas. Caminha Zumbi dos Palmares para atingir a estatura histórica de Simon Bolivar, José Martí e outros símbolos das lutas por liberdade da região americana.
E devemos à poesia essa reinvenção da história. Da inspiração do poeta negro gaúcho Oliveira Silveira de retirar do silêncio da historiografia oficial a figura mítica de Zumbi dos Palmares e ressignificá-la como símbolo da consciência negra do passado e do presente, em oposição à verdade oficialesca que instituiu a princesa Isabel como a redentora dos escravos ocultando a resistência dos negros à escravidão. A partir de então, a arte inventa, inaugura um marco histórico singularíssimo. A intuição do poeta inspirou revisões historiográficas que alcançaram resgatar a saga e o sentido do quilombo dos Palmares como a primeira tentativa histórica de construção da democracia no Brasil.
Leia o texto completo no Portal Geledés Instituto da Mulher Negra.
O Aurelião já registra o Zumbi, chefe do Quilombo dos Palmares, assim como acrescenta ao verbete a idéia ''de fantasma segundo a crença afrobrasileira, vaga pela noite morta''. O significado negativo se institucionalizou não apenas graças aos dicionários, mas, principalmente, aos instrumentos educativos e meios de comunicação.
O militante do Movimento Negro que tiver a oportunidade de conhecer a Praça São Pedro, em Recife, e imaginar a cabeça espetada em exibição pública como ícone de advertência à punição poderá refletir com orgulho sobre o processo de construção de Zumbi dos Palmares, como um herói nacional que segue crescendo também em nível internacional. No ano passado, o festejamos na Alemanha; em anos anteriores, em Nova York, Bogotá, lugares para onde ele é conduzido pela imigração afro-brasileira, apropriado pela diáspora africana e incorporado à tradição pan-africanista ou por acadêmicos da área de estudos sobre a escravidão e resistência nas Américas. Caminha Zumbi dos Palmares para atingir a estatura histórica de Simon Bolivar, José Martí e outros símbolos das lutas por liberdade da região americana.
E devemos à poesia essa reinvenção da história. Da inspiração do poeta negro gaúcho Oliveira Silveira de retirar do silêncio da historiografia oficial a figura mítica de Zumbi dos Palmares e ressignificá-la como símbolo da consciência negra do passado e do presente, em oposição à verdade oficialesca que instituiu a princesa Isabel como a redentora dos escravos ocultando a resistência dos negros à escravidão. A partir de então, a arte inventa, inaugura um marco histórico singularíssimo. A intuição do poeta inspirou revisões historiográficas que alcançaram resgatar a saga e o sentido do quilombo dos Palmares como a primeira tentativa histórica de construção da democracia no Brasil.
Leia o texto completo no Portal Geledés Instituto da Mulher Negra.
Consciência Negra na sala de aula
O Portal Geledés Instituto da Mulher Negra disponibiliza Planos de Aula para orientar a abordagem do Dia e Mês da Consciência Negra em sala de aula. Clique aqui para conferir.
Além das datas comemorativas, o site do Instituto também oferece diversos outros Planos de Aula para trabalhar a cultura afrobrasileira e a diversidade nas escolas. Veja aqui.
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