quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Reforma educacional de Nova York inspira projeto de Mobilização da Fundação Itaú Social no Brasil

Patrícia Mota Guedes, da Fundação Itaú Social
O Fortalecimento da parceria entre família, escola e comunidade foi o tema do primeiro Painel organizado na tarde do dia 13 de outubro, durante o I Seminário Internacional de Mobilização Social pela Educação. Coordenado pela representante do Instituto C & A, Patrícia Lacerda, o Painel contou com apresentação da representante da Fundação Itaú Social, Patrícia Mota Guedes, que dividiu com os participantes do Seminário a experiência da entidade no desenvolvimento do projeto “Coordenadores de Pais”, inspirado na reforma educacional de Nova York, que estimula a aproximação entre pais e educadores.

Patrícia Guedes explicou como a Fundação Itaú Social identificou, na experiência de reforma educacional nova-iorquina implementada desde 2001, as possibilidades de replicação dos pontos positivos dessa vivência no Brasil para melhoria da qualidade do ensino em nosso País. “Não se trata de importar um programa que tem mostrado bons indicadores de impacto, mas sim, de analisar, à luz do nosso contexto, estratégias de ação que foram implantadas”, afirmou.

Norman Gall, diretor do Instituto Braudel
A reforma de ensino realizada na cidade americana junto a escolas públicas provocou o interesse por parte da Fundação Itaú Social e do Instituto Fernand Braudel em estudar os aspectos exitosos dessa experiência para divulgação, aproveitamento e adaptação dessa realidade ao contexto das escolas públicas brasileiras. O estudo apontou avanço dos indicadores de aprendizagem e queda dos índices de violência escolar em NY após a reforma.

A partir desse conhecimento, a Fundação Itaú Social tem incentivado gestores, educadores, empresários e políticos brasileiros envolvidos em ações direcionadas à melhoria da qualidade do ensino a elaborar soluções para os desafios nacionais, em muitos aspectos, semelhantes à realidade educacional nova-iorquina antes de 2001.

Antes da reforma iniciada em NY, como destacou Patrícia Guedes, a cidade possuía um índice de apenas 50% na aprovação de seus estudantes de Ensino Médio. No 8º ano, 77% dos estudantes apresentavam desempenho abaixo do nível mínimo esperado em Matemática. Em Língua Inglesa, 67% desses estudantes também não alcançavam os resultados mínimos esperados para esta etapa da formação.

Para mudar esse contexto, a cidade adotou um plano de trabalho tendo como principais eixos a descentralização e autonomia escolar; o monitoramento e a responsabilização por resultados; a tutoria feita por professores e diretores mentores, com apoio presencial; o incentivo à aproximação entre família e escola, por meio do projeto Coordenadores de Pais; o reforço à segurança escolar; e o aprimoramento na seleção, na formação e contratação de professores e diretores. 

Projeto Coordenadores de Pais da Fundação Itaú Social

Patrícia Lacerda, do Instituto C & A, coordenadora do painel.
No Brasil, a Fundação Itaú Social tem estimulado, por meio do projeto Coordenadores de Pais, que os educadores e gestores do ensino público conheçam o perfil da comunidade escolar onde atuam; organizem o atendimento na escola direcionado aos pais; promovam reuniões de pais e associações de pais e mestres; fortaleçam o contato e o acompanhamento dos alunos; e reforcem a atenção e o incentivo à trajetória de estudos dos alunos. Essas ações têm como finalidade garantir a aproximação entre as famílias e a escola, com vistas à melhoria do aproveitamento do ensino.

Entre os aprendizados extraídos da experiência com o projeto Coordenadores de Pais, a Fundação Itaú Social destaca que, apesar das expectativas gerais, as escolas têm tido maior flexibilidade para desenvolver estratégias especificas. As unidades de ensino têm superado, ainda, o desafio contínuo de poder contar com a capacidade colaborativa da equipe escolar.

Os educadores envolvidos no projeto também têm tido um olhar diferenciado para com os alunos e suas famílias. Esses profissionais têm ressaltado não somente as dificuldades, mas também o sucesso e os pontos fortes de estudantes e seus responsáveis.

O projeto tem facilitado, ainda, a identificação de lideranças entre jovens e pais e a formação de parcerias locais com representantes de outros serviços e recursos da comunidade.

No âmbito das políticas educacionais, o projeto tem buscado estimular os gestores da educação a adotarem padrões básicos e definirem equipes nos órgãos educacionais para a articulação das ações do projeto, além de coordenação das atividades que aproximem família e escola.  
Patrícia Guedes: necessidade de mobilização contínua das famílias.
Os focos do projeto devem ser a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno, como aponta Patrícia Guedes. “A aproximação com as famílias exige competências e formação, ou seja, tutoria no dia-a-dia”, aponta a palestrante para reforçar a necessidade contínua de comunicação e mobilização direcionada aos responsáveis pelos alunos.
 
Clique aqui para acessar o conteúdo da apresentação de Patrícia Guedes.

O Painel sobre o Fortalecimento da parceria entre família, escola e comunidade também contou com exposição da diretora do projeto de pesquisa sobre interação família-escola da universidade americana de Harvard (Harvard Family Research Project), Heather Weiss. Clique aqui para ler mais sobre esta exposição.

Acesse aqui as imagens dos painéis expostos pelas secretarias municipais de educação, por mobilizadores e membros de Comitês de Mobilização. Imagens: Maisa Cardoso
Acesse aqui  mais imagens sobre o Seminário.
Acesse aqui as imagens dos estandes de parceiros e realizadores do Seminário.
Imagens desse texto do Seminário e dos estandes: Chico Gadelha 

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