A professora Nádia Berenice M. dos Santos, vice-diretora no período noturno da Escola Estadual de Ensino Fundamental Professor Milton Pacheco, em Osório, no Rio Grande do Sul, enviou um relato à equipe da Mobilização Social pela Educação do MEC sobre a mudança de atitude da comunidade escolar após tomar conhecimento de que a unidade de ensino é uma das prioritárias das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), em razão de seu baixo Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb).
Em 2007, a escola registrou Ideb de 3,6, nas séries iniciais, e de 2,4, nas séries finais do Ensino Fundamental.
Como pondera a professora Nádia Santos: “Não temos soluções prontas ou poções mágicas que resolvam todos os problemas, mas queremos muito acertar e estamos lutando para isto”. Hoje, esse é o sentimento dos professores, diretores, coordenadores, funcionários, alunos e pais. Passados o desconhecimento e a surpresa iniciais em relação ao Ideb, a comunidade escolar tomou a decisão de melhorar a qualidade do ensino oferecido na unidade.
Confira o depoimento da professora:
Sou vice-diretora, à noite, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Professor Milton Pacheco, em Osório( RS), e nossa escola, em 2008, foi considerada prioritária nas ações do PDE, pois, em 2007, o Ideb ficou em 3,6 nas séries iniciais e em 2,4 nas séries finais do Ensino Fundamental.
Até então, não tínhamos muito conhecimento sobre o que significa Ideb, PDE, PAR, etc. Porém, quando nossa equipe diretiva foi comunicada pela 11ª Coordenadoria Regional de Educação sobre os baixos índices do Ideb, o menor de toda a região, e sobre a necessidade de fazer o PDE Escola, ficamos surpresas e até mesmo chocadas. Levamos ao conhecimento da comunidade escolar e, em reuniões que se sucederam, houve momentos em que nos indignamos e questionamos os critérios utilizados nos instrumentos de avaliação adotados pelo INEP/MEC. Noutros momentos, ficamos buscando culpados nos segmentos de nossa escola. Houve momentos em que a auto-estima ficou lá embaixo e nos sentimos a pior escola da região.
Vieram, então, a discussão, o debate, a busca por conhecimento sobre PDE, Ideb, PAR, etc. O preenchimento dos instrumentos de pesquisa do PDE Escola foi difícil e trabalhoso, pois tivemos que “revirar” a escola, em todos os aspectos administrativos e pedagógicos, envolvendo a comunidade escolar e buscando onde estavam os problemas.
Foi surpreendente quando começamos a fazer o diagnóstico e chegamos à conclusão de que, realmente, nossa escola teria que mudar. Não sei se a fase mais difícil foi a da pesquisa ou a da construção de um planejamento para melhorar a situação da escola, pois, criticar, apontar culpados e revoltar-se são reações mais fáceis que construir caminhos e alternativas de mudança.
Construímos nosso planejamento em 2008 e, agora, estamos aguardando a análise e a liberação do recurso. Além disso, muitas coisas mudaram desde então. A começar pela equipe diretiva e pelo grupo de professores e funcionários que está mais unido e querendo muito uma fase melhor para a escola. Também queremos envolver mais os pais e alunos, bem como a comunidade local. Não temos soluções prontas ou poções mágicas que resolvam todos os problemas, mas queremos muito acertar e estamos lutando para isto.
Atenciosamente,
Nádia Berenice M. Santos
Vice-Diretora - noite
Nádia Mendonça Policarpo Maria Goreti Lessa de Oliveira
Vice-Diretora - dia Diretora
Um comentário:
Muito coerente o que a diretora disse em relação a forma como recebemos esse tipo de "crítica"... com certeza é muito mais fácil apontar "culpados", e acredito que é natural do ser humano, num primeiro momento reagir dessa forma.
Ma o que quero mesmo é parabenizá-la por se engajar nessa busca e não desistir, pois temos nas escolas um trabalho "árduo", onde todos se acham no direito de criticar, seja a mídia ou as mais diversas categorias, desconsiderando a "conjuntura' desmantelada em que estamos inseridos, como se a escola não fizesse parte desse todo!!!
Um grande abraço e sucesso para toda a equipe de vocês!!
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